03 de Agosto de 2018

O que os candidatos à presidência pensam sobre a Reforma Trabalhista

A Reforma Trabalhista foi uma das maiores modificações nas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde a sua criação nos anos 40. Sua aprovação foi cercada de polêmicas, debates e protestos.

Com a eleição se aproximando o tema volta ao debate com os candidatos à Presidência da República afirmando que pretendem modificar a lei se forem eleitos. Preparamos um especial com os posicionamentos de cada um dos principais* candidatos, confira.

>> A Reforma Trabalhista e a era em que o direito do trabalhador brasileiro vem acompanhado de responsabilidade

Álvaro Dias (Podemos)
O senador e candidato à Presidência pelo Podemos Alvaro Dias votou contra a Reforma Trabalhista, porém ele se diz favorável. Na época, ele justificou o voto contrário afirmando que não era possível votar a favor de uma proposta feita pelo governo Temer, que “atordoado por tantas denúncias de corrupção, perdeu a capacidade de empreender reformas”.

“A reforma trabalhista é um avanço, eu a defendi desde o início. Concordo com ela de um modo geral, mas poderia ser melhor [...] Nós vamos melhorar essa reforma, vamos acrescentar o que é preciso, além de fazer um balanço e concluir o que é bom, o que é ruim."

Alvaro Dias em entrevista aos canais digitais da RedeTV.

Ciro Gomes (PDT)
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes é contra a ReformaTrabalhista aprovada no governo Temer. O candidato já chegou a afirmar que revogaria a reforma, mas voltou atrás dizendo que a legislação precisa ser modernizada, mas não à maneira que foi feita.

"Essa reforma trabalhista, sem embargo de coisas boas, tem problemas. Ela trouxe ao mundo uma insegurança jurídica e insegurança econômica, e isso destrói o capitalismo. O meu compromisso é trazer essa bola de volta para o centro do campo e recolocar a discussão.”

Ciro Gomes em evento na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

>> A CLT do empregador: horário de trabalho

Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador de São Paulo é a favor da reforma trabalhista, porém ele afirmou que ela tem algumas questões que pretende corrigir.

“[A antiga legislação] Era um modelo estatutário de cima pra baixo, para um modelo mais moderno de relações contratuais. Ela tem imperfeições, vamos corrigi-las.”

Geraldo Alckmin em evento organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Jair Bolsonaro (PSL)
O deputado federal votou a favor da aprovação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados. Ele afirmou que a reforma era necessária para a geração de empregos.

“Aos poucos a população vai entendendo que é melhor menos direitos e emprego do que todos os direitos e desemprego.”

Jair Bolsonaro em evento da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Lula (PT)
O ex-presidente Lula, que está preso desde o início de abril e que tem chances de ter sua candidatura cassada, já criticou a Reforma Trabalhista que foi aprovada e pretende revê-la. No último dia 1, o representante do ex-presidente Ricardo Bezoini afirmou em entrevista ao portal Metrópoles que, ao contrário do prometido, a reforma “está gerando desemprego e precarização”.

"Se eu vencer as eleições, farei um referendo para perguntar a população sobre sua opinião. E o assunto será debatido no Congresso."

Lula em entrevista ao jornal frânces Le Monde.

>> A CLT do empregador

Marina Silva (Rede)
A ex-senadora já afirmou que se ainda fosse parlamentar teria votado a favor da reforma trabalhista, porém ela acredita que seja necessário mudar alguns pontos. Ela já afirmou que pretende alterar: trabalho de gestantes e lactantes em locais insalubres; permissão para o horário de almoço ser de 30 minutos; pagamento dos honorários advocatícios por quem perder ação judicial.

"Revogar [a nova lei trabalhista], não. Mas eu vou corrigir os pontos draconianos. Pode ter certeza."

Marina Silva em entrevista à GloboNews.

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*Foram selecionados os candidatos com mais de 1% de intenção de voto na pesquisa divulgada pelo Ibope no dia 28 de junho de 2018.