18 de Dezembro de 2019
Promovendo uma relação positiva entre capital e trabalho
Existem preconceitos e estereótipos arraigados no imaginário popular quando discutimos o mundo do trabalho. Com certa frequência, associamos a imagem do patrão com a de alguém mesquinho, sacana e explorador. Enquanto muitas vezes, vemos os trabalhadores como preguiçosos, folgados e incompetentes. Essas são ideias alimentadas ao longo de toda uma história.
O Dicionário Aurélio define “empresário” como "o que empreende ou dirige alguma indústria, exploração, empresa". Já a palavra “trabalhador” tem como definição "que ama o trabalho; ativo, diligente, laborioso". Se formos analisar atentamente, a denotação das duas profissões é positiva. E ainda mais: ambas se completam!
É importante que deixemos preconceitos de lado e percebamos a real dinâmica que rege a relação entre empregador e empregado. O empresário concretiza o sonho, investe capital e dá o start nas atividades. No entanto, tais condições estão intrinsecamente ligadas à disponibilidade do trabalhador de fornecer sua força braçal ou intelectual para fazer a máquina girar.
A confiança mútua e o comprometimento conjunto no alcance dos resultados criam a real sinergia entre capital e trabalho. A chave do cumprimento de metas em empresas, da diminuição de custos e do aumento de produtividade reside nessa cooperação.
Segundo dados do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio-SP, o trabalhador brasileiro leva uma hora para produzir o que um norte-americano consegue realizar em 15 minutos e um alemão ou coreano em 20 minutos. Isso quer dizer que a taxa de produtividade no Brasil é baixa, mas a culpa não deve recair sobre o trabalhador. Especialistas afirmam que atrasos na formação e na infraestrutura das empresas contribuem para esse cenário.
Mas o que podemos fazer para promover relação positiva entre capital e trabalho, assim aumentando a produtividade no país?
Em primeiro lugar, a transparência na relação empregador-empregado. Apenas o trabalho conjunto de trabalhadores, empresários, governo e sindicatos tem a capacidade de quebrar paradigmas, visando à estabilidade e crescimento do país como um todo. Desse modo, quebrando a ideologia arcaica do capital versus o trabalho que está entranhada na sociedade desde a Revolução Industrial.
Esse embate puramente ideológico e que muitas vezes foca apenas em diminuir o valor da parte supostamente oposta, ao nosso ver, trouxe mais entraves do que benefícios à evolução das relações. Estamos na Era da Colaboração, que não admite mais uma postura de uma das partes querer ganhar sozinha, mas de auxílio mútuo visando uma evolução de todos os envolvidos. Não vemos mais sentido nas empresas terem lucro se seus empregados estão insatisfeitos, bem como de nada adianta termos empregados bem remunerados se a empresa não consegue sobreviver, sem lucro.
Em segundo lugar, a inovação no mundo do trabalho. Aqui no Hermann Advogados Associados, acreditamos que é por meio da transformação na forma de trabalhar que atingiremos uma relação positiva entre o capital e o trabalho.
Não existe uma perspectiva de recuperação a médio prazo para a economia brasileira, portanto impactos serão sentidos por todos. Contudo, temos capacidade para ditar nossos rumos. O mercado interno ainda pode ser explorado, e precisamos estabelecer nossa competitividade com o exterior. Tudo isso depende de nós. Começar a entender as dinâmicas que movem a sociedade e as relações de trabalho já é um primeiro passo para a mudança.